BLOG ORGANIZADO POR PE. LIZANDRO CARDOSO GOULARTE.





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Pe. Lizandro Cardoso Goularte

terça-feira, 12 de julho de 2011

ANO VOCACIONAL




O ANO VOCACIONAL ARQUIDIOCESANO

Dom DadeusGrings


APRESENTAÇÃO

Como eco do Ano Sacerdotal e do 3º Congresso Vocacional do Brasil e ainda vivendo a alegria do Centenário da Província Eclesiástica do Rio Grande do Sul, a Arquidiocese de Porto Alegre organiza um Ano Vocacional. Iniciará solenemente com uma Missa na Catedral Metropolitana, às 15h, no dia 7 de agosto de 2011 e se estenderá até 26 de agosto de 2012. Toda a programação será divulgada oportunamente pelo nosso Serviço de Animação Vocacional Arquidiocesano, através dos nossos meios de comunicação.

A proclamação de um ano vocacional em nossa Arquidiocese é a expressão do desejo que temos de que o nosso povo tome conhecimento, tenha consciência de que todos nós somos vocacionados. Eu o fui primeiramente a ser padre e depois a ser bispo e hoje arcebispo de Porto Alegre. Você talvez foi vocacionado a ser pai de família ou mãe de família ou talvez ainda um consagrado ou uma consagrada ou ainda a ser um solteiro ou solteira engajado em nossa Igreja, um leigo.

Desejamos que todos tomem consciência de que Deus nos ama profundamente, que sonhou a cada um de nós e que deseja a nossa felicidade. Primeiramente Ele nos chamou a Vida, depois a participarmos da comunidade daqueles que crêem em Jesus Cristo e que querem viver segundo Ele ensinou, tudo isso através do Batismo. Quando chegamos a fase da juventude precisamos descobrir o plano de Deus para cada um de nós, da descoberta deste plano depende a nossa Felicidade. Por isso precisamos de Discernimento, saber optar, descobrir dentro de nós a que Deus nos chama: será a ser padre? A ser consagrada(o)? a constituir uma família sendo pai ou mãe? A ser um leigo participante da Igreja? A profissão em nossa vida é algo passageiro, pode mudar, mas a vocação é nosso estilo de vida e esse uma vez descoberto é para sempre.

Para que tal discernimento aconteça precisamos de alguns elementos específicos que tentaremos abordar neste manual.

Antes de falarmos em vocação específica precisamos valorizar a primeira vocação que é a Vida. Nós somos defensores da dignidade humana, da Vida como um todo. Por isso temos posições fortes em defesa da Vida porque ela foi criada por Deus. E mais, é preciso que as pessoas tomem consciência de que independentemente da situação na qual a pessoa nasceu, Deus a sonhou e quis que viesse ao mundo. Cada pessoa é infinitamente preciosa para Deus, pois é fruto do seu imenso coração. Temos de aprender a valorizar a nossa vida e a cuidar dela.

Deus nos ama tanto que após nos criar, nos deixar livres e perceber que andávamos por caminhos errados, Ele decidiu enviar seu Filho amado para nos ensinar o Caminho da Felicidade, o modo de viver de Jesus é o único caminho que nos conduz a Felicidade plena. O batismo é o segundo chamado que recebemos e o recebemos para participarmos da família de Jesus.

Convocamos toda a nossa Arquidiocese a se mobilizar, a refletir sobre as vocações específicas (diácono, padre, consagrado(a), pai, mãe, leigo-solteiro) precisamos reencontrar o sentido de cada uma porque foi Deus que as criou, é Ele quem chama e chama a todos.

Cada vocação específica tem o seu valor e para a pessoa que foi chamada a segui-la esta é a mais importante porque fundamental para a sua vida e para a sua felicidade. Mas todas são iguais e dentro da Igreja devem ter o mesmo valor. O mesmo heroísmo que se pede de um jovem que quer ser padre e deseja entrar no seminário é o mesmo que se pede de um casal de noivos, que em nossos dias decide se casar e contrair um compromisso de amor e de felicidade para todo o sempre.

Nosso Senhor e nós queremos sacerdotes santos, queremos consagrados santos, queremos famílias santas, queremos leigos santos! A santidade é para toda a Igreja. Se quisermos que a mensagem do Evangelho, que Jesus Cristo seja conhecido e amado precisamos ser santos do contrário o mundo nem olhará para nós.

Nossos Jovens

Em 2006, a 44ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, lançou uma mensagem, cheia de otimismo, encorajamento e carinho, aos jovens. Publiquei, por aquela ocasião, uma Cartilha da Juventude de 159 páginas. Coloquei em destaque a figura de São João Bosco que “percebeu que Deus estava presente onde os outros constatavam somente a sua ausência: entre os jovens”. Na Carta Apostólica dirigida aos jovens e às jovens do Mundo, o Papa João Paulo II, em 1985, por ocasião do ano internacional da Juventude, garante que a Juventude é uma riqueza singular. Põe a pergunta do jovem do Evangelho, dirigida a Jesus: “O que devo fazer para alcançar a vida eterna?” Esse jovem deseja uma informação segura para elaborar o projeto de vida, fazendo com que ela tenha valor e sentido pleno, sem desperdício em inutilidades.

Periodicamente aparecem pesquisas sociológicas. Tentam etiquetar os jovens de hoje. Procuram classificá-los e julgá-los. Diz-se que não têm valores. São teleguiados pelos meios de comunicação; vão às discotecas em vez das igrejas. As pesquisas sobre a juventude, bem como sobre a situação da humanidade, apontam, prevalentemente, o lado negativo. São julgamentos de quem não ouve bem, dialoga. Destaca apenas os jovens que correspondem aos projetos negativistas.

A nós, porém, como cristãos, cabe ver e descobrir Deus neles. Perguntamo-nos, em primeiro lugar, a respeito dos “outros”, ou seja, daqueles que crêem, que esperam, que amam. Aparece então uma multidão de jovens voluntários, empenhados na promoção da paz, que aproveitam as férias para fazer missão em lugares distantes, pobres e inóspitos, que animam nossas celebrações litúrgicas, que se reúnem em grupos, jovens nas pastorais, jovens nas grandes concentrações de fé.

A partir destes jovens, que existem e se multiplicam em toda a parte, é possível vislumbrar um mundo melhor. Ali realmente encontramos Deus! Mas também nos demais, naqueles que procuram freneticamente algo diferente dos tempos passados, se percebe a aurora dos novos tempos. Eles querem viver. Não podemos não lhes dar razão. O tempo das ideologias passou. Feliz de quem, no fim de cada dia, pode dizer: “hoje vivi”. O jovem de hoje liberta-se das escravidões das idéias, do dinheiro, e acima de tudo, do tempo. Descobre que o tempo é para viver. A vida é tão rica que não se consegue saborear toda de vez. Vive-se em prestações. É preciso degustar cada momento, na certeza de que o tempo presente tem um peso de eternidade, sempre com os olhos fixos na meta.

Faço votos de que este Ano Vocacional ajude a comunidade e todas as pastorais a refletir sobre a natureza da vocação e a empenhar-se, pela oração, pelo estímulo e trabalho pastoral, para que surjam muitas e santas vocações em nossa Arquidiocese.

Só assim evitaremos que os filhos peçam o Pão da Palavra e da Eucaristia e não haja quem lhos distribua. O sacerdote é dom de Deus para o seu Povo.

Só assim evitaremos que os filhos nasçam sem ter o direito de conhecer e crescer numa família, com um pai e uma mãe que se amem e se respeitam.

Só assim evitaremos que nossos jovens percam o sentido da vida, o valor de seus corpos procurando prazer desenfreado e esvaziando-se cada vez mais até caírem na solidão das drogas. Eles têm o direito de serem felizes encontrando um companheiro ou companheira que os ame e deseje ser feliz ao seu lado para toda a vida. Eles têm o direito de aprender o quão precioso é o tempo do namoro casto, do noivado como tempo de conhecimento mútuo, de preparação, de elaboração de um projeto de vida que se concretizará no casamento, para que quando os filhos vierem como bênção de Deus e frutos do amor do casal, encontrem tudo preparado para o seu nascimento. Nossos jovens estão cansados de serem objetos uns dos outros, objeto com o qual se fica num momento, se desfruta e se descarta. Esse movimento de ora descartar e ora ser descartado escraviza, esvazia a nossa juventude e lhes tira ou esconde o sentido da vida. Nossos jovens têm sede de eternidade, de compromisso, de segurança que a vida matrimonial, que a doação de um homem e uma mulher abençoada por Deus pode lhes dar. Eles têm o direito de saberem que a família é um sonho de Deus para a felicidade do homem e da mulher e que ela é uma instituição Sagrada porque instituída por Deus e que nós a defendemos, preservamos e propagamos.

Só assim evitaremos que nossos jovens desconheçam o dom que é uma vida de solteiro totalmente consagrada, direcionada para uma causa. Quantos de nós conhecemos médicos que nunca se casaram porque se doaram totalmente a causa de salvar vidas. Quantos de nós conhecemos professoras que doaram suas vidas à Educação. Quantos cientistas se doaram à pesquisa em prol de benefícios, como vacinas, para o bem da humanidade. Quantas mulheres seguiam a Nosso Senhor, leigas, que se dedicavam a servi-lo nas pessoas que o procuravam. A vocação do leigo solteiro que doa a sua vida para o bem do próximo, vivendo uma vida cristã é um dom de Deus para a Igreja. Quantos de nossos jovens sentem-se sozinhos e tristes, pensam-se “encalhados” quando na verdade estão sendo chamados por Nosso Senhor a serem sal da terra e luz do mundo como leigos solteiros, como uma grande potencialidade dada por Deus para a Missão. Quanta felicidade quando descobrem isso!

Só assim evitaremos que nossos jovens e gerações futuras desconheçam a riqueza e a profundidade da Vida Consagrada em todos os seus diversos carismas e jeitos de ser. Homens e mulheres que se consagraram a Deus pelos votos de pobreza, castidade e obediência vividos numa ordem religiosa, numa congregação, num instituto de vida apostólica, numa comunidade de Vida. Quantos consagrados que vivem a riqueza da vida contemplativa junto ao coração de Deus, intercedendo pela humanidade, que vida linda! Quantos consagrados doam-se cuidando de Cristo nos enfermos, naqueles que ninguém quer. Quantos consagrados que acreditam que através da educação é possível a construção de um mundo mais cristão. Quantos consagrados que pelo ardor apostólico se lançam às missões em lugares distantes, perigosos, sem nenhuma estrutura justamente para que lá, aonde ninguém quer ir, Nosso Senhor possa ser conhecido, amado e aquele povo possa ter uma vida mais digna. A Vida Consagrada nascida do desejo de uma vida mais íntima com Nosso Senhor e que é convocada pela Igreja a ser um sinal profético em nosso meio, é dom de Deus para nós.

Se a vida sacerdotal é dom, se a vida matrimonial é dom, se a vida de leigo solteiro é dom, se a vida consagrada é dom, deve ser pedido, com insistência, de acordo com a ordem do Divino Mestre.



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